A vida é cheia de desafios.
Milhares de vezes você realmente considera desistir de tudo, abandonar os
problemas e simplesmente sumir, deixando tudo para trás. A solução mais fácil.
Perdemos a conta das vezes que sentamos e largamos o controle de nossas vidas,
mas quando vencemos entendemos que se o caminho até ali não tivesse sido tão
rigoroso e cheio de obstáculos, aquela vitória não seria digna.
- Game! Partida, Laynes. –
Gritou o juiz sentado na cadeira alta na lateral da quadra.
Estava ofegante e exausto
quando abandonei a raquete no chão e cai sentado. Havia sido uma longa partida
pela final do Torneio de Marselha, mas a vitória era minha. A multidão aplaudia
o jogo acirrado e os patrocinadores davam inicio a cerimônia de encerramento. Minha
carreia como tenista começou ainda quando muito pequeno e agora valia o
esforço.
- Aí está o grande astro! –
Um homem fisicamente muito parecido comigo abria espaço entre amigos e fãs na
festa de comemoração. – Estou orgulhoso de você, Luke.
- Não teria conseguido
chegar até aqui sem a sua ajuda, Tommy.
Thomas Laynes, tenista
classe A aos 25 anos, e meu irmão mais velho. Durante anos jogávamos em dupla
nos torneios regionais, mas em algum momento seguimos rumos diferentes em
torneios diferentes.
- Relaxe, irmãozinho.
Apenas aconselho você. Se não fosse um bom tenista não faria diferença nada do
que falo. – Tommy deixou a taça de vinho de lado. – Bom, preciso ir ou vou
perder o avião.
- Avião? – Perguntei
surpreso.
- Estou voltando para
Londres essa noite. Meus treinos começam depois de amanhã.
Sim, dentro de três meses
começaria um dos quatros torneios mundiais. Roland-Garros prometia ser bem
disputado este ano. De minha parte, não estava dando maior importância para o
torneio em si, meu objetivo era outro.
- Tenho uma semana de
férias graças a essa vitória em Marselha, mas também darei inicio aos treinos,
Tommy, e daqui há três meses vou derrotar você em Roland-Garros.
Meu irmão logo riu me dando
um abraço e bagunçando meu cabelo. Um típico irmão mais velho.
- É bom sonhar, Luke. É bom
sonhar.
Ele gostava de treinar em
Londres, nossa cidade natal. Não importa onde será o torneio, os treinos são em
casa. Quanto a mim, treino na cidade onde será o torneio, evitando o cansaço
das viagens. Para minha sorte, estava agora em Paris, e era exatamente onde o
próximo torneio aconteceria.
- Nos vemos em três meses,
irmãozinho. – Tommy me cumprimentou e já dava as costas, rumando para a porta
do salão de festas. – Ah, mais uma coisa. Não se esqueça que inventaram a palavra
Problema...
- Para justificar a palavra
Superação. Eu sei. – Vivi meus 23 anos sob o lema de meu irmão.
Nos meses seguintes mal
tive contato com Tommy. Treinávamos e dormíamos, sem tempo para vida social.
Esportistas sérios sacrificam tudo para serem os melhores em seus esportes, ao
invés de desperdiçar tempo e dinheiro com festas e futilidades.
Das poucas vezes que falei
com meu irmão por e-mail, trocamos apenas desafios de quem seria o melhor no
grande torneio. Uma rixa antiga entre dois irmãos competitivos demais, porém
que nunca nos afastou.
- Vários tenistas já
chegaram a Paris. – Meu treinador assistia ao jornal de esportes enquanto
tomávamos café. – E seu irmão?
- Chegará esta noite. Estou
ansioso em vê-lo. Aposto que melhorou muito e vai ser um bom desafio.
Naquela tarde treinei sem
descanso. Apenas com vinte minutos de pausa para um lanche ao meio-dia. Não vi
ou falei com ninguém além de meu técnico. Eram por volta de sete e meia da
noite quando deixamos as quadras e voltamos ao hotel onde estava concentrada a
maior parte dos tenistas do torneio. Assim que cruzei a porta senti o clima
pesar. Funcionários do hotel e outros jogadores me olhavam com surpresa, ou
talvez fosse pesar.
- Laynes... – Francis
Every, um tenista francês velho conhecido vinha me estendendo a mão.
- Every. Quanto tempo não o
vejo. – Estava agindo normalmente, embora Francis parecesse hesitar. – O que
houve? Todos parecem tão abatidos.
O francês ainda apertava
minha mão quando arregalou os olhos confusos.
- Você não sabe... – Novamente
hesitava.
- O que?
Francis soltou minha mão e
foi até o televisor no saguão do hotel, aumentando o volume do telejornal. Imagens
de um grupo de resgate apagando o fogo de alguma estrutura metálica deformada
ocupavam a tela enquanto a repórter falava.
- O avião de passageiros da
Air France partiu de Londres as seis da tarde desta terça-feira, com destino à
Paris. Cerca de uma hora após a decolagem o piloto relatou problemas no motor e
tentou realizar um pouso forçado. O trem de pouso não respondeu aos comandos e
o avião se chocou contra o chão, explodindo imediatamente. Não há
sobreviventes. – Uma pausa dramática que para mim pareceram longas horas. –
Entre os passageiros estava o tenista Thomas Laynes, a caminho de um torneio na
França...
A repórter continuou
falando, mas eu não ouvia mais nada. Era como se o mundo houvesse parado de
girar sob meus pés enquanto a tela dividida mostrava os destroços
irreconhecíveis do avião e uma foto de meu irmão mais velho. Os olhares de pena
de todos a minha volta começavam a me irritar. Quando Francis disse que sentia
muito por minha perda e me abraçou, me senti uma criança e não tive como evitar
todas as lágrimas que me vieram aos olhos. Meu irmão mais velho, meu melhor
amigo, estava morto e nada o traria de volta.
No dia seguinte liguei para
meus pais. Estava determinado a abandonar o torneio, voltar para Londres e
realizar todas as cerimônias possíveis em honra a meu irmão, mas minha mãe me
convenceu de que Tommy não gostaria que eu abandonasse tudo por ele. Quando
nossos avós morreram anos antes, meu irmão foi paciente com minha tristeza e
disse que a morte faz parte da vida, que é uma opção chorar por quem se foi,
mas nunca devemos deixar que nossos corações se vão com quem já não está mais
aqui e sim guardar os entes queridos em nossa memória.
Quatro dias após o acidente
que tirou a vida de meu irmão, se deu inicio o torneio de Roland-Garros.
Durante a abertura houve uma grande homenagem a Tommy. Fotos e vídeos de sua
carreira como tenista, elogios sem fim de amigos, fãs por todo lado com faixas
e cartazes. Todos os tenistas, homens, mulheres ou juniores, decidiram passar o
resto do torneio com uma braçadeira negra, em luto pelo amigo e rival perdido.
Meus jogos estavam um
desastre. Ganhava com dificuldade e com pontos apertados. Os treinos eram
horríveis e eu entregava jogadas ao adversário. Minha concentração era zero e
minha vontade de continuar era tão baixa quanto. Estava cansado. Mal dormia,
todas as noites me revirando na cama entre memórias e pesadelos. Logo o cansaço
me faria delirar.
- O que está fazendo? –
Alguém falou no quarto escuro.
- Tentando dormir. –
Respondi de forma automática, sem associar as coisas.
- Não, seu idiota. O
torneio. Está estragando tudo. – A voz se calou esperando algum comentário meu,
mas eu estava cansado demais. – Luke, não estrague sua carreira só porque eu
morri.
Em um estalo levantei
assustado e disparei a mão para o interruptor de luz. Não havia ninguém no
quarto. Mais consciente começava a perceber que não estava sonhando e que a voz
de Tommy estava muito clara ali. Era isso, enfim eu estava enlouquecendo.
Saí para o treino sozinho
antes mesmo do sol aparecer. Estava sufocante ficar naquele quarto e estava
certo de que a qualquer momento eu iria pirar completamente. Corri os poucos
quilômetros até as quadras de treino. Por vezes tive certeza de ouvir mais um
par de pés correndo atrás de mim, mas todas as vezes que me virei não havia
ninguém.
Pela décima vez errei o
saque no treino. Irritado atirei a bolinha contra a grade, reclamando comigo
mesmo.
- Droga... Foco. Preciso
parar de me distrair.
Em questão de segundos a
mesma bolinha que havia atirado contra a grade do outro lado da quadra batia
com força em minha cabeça. Me virei pronto a mandar para o inferno quem quer
que fosse que tivesse atirado aquela bola em mim. Eu estava sozinho na quadra.
- Impossível... – Sussurrei
para o nada.
- Impossível é a sua
capacidade de ser um babaca! – Alguém estava parado atrás de mim. Desta vez
quando me virei, a pessoa continuou ali.
Arregalei os olhos ao mesmo
tempo em que tentei dar passos para trás até perder o equilíbrio e cair
sentado.
- Tommy... – Fechei os
olhos com força, rindo. – Estou tendo visões agora. Ótimo.
Quando abri os olhos meu
irmão mais velho continuava em pé na minha frente. Me senti desesperado. Cobri
as orelhas com as mãos e fechei os olhos com mais força.
- Você não está aqui. É só
uma ilusão. Só uma ilusão. Estou cansado demais e abalado com o acidente. É só
isso. – Abri os olhos e não tinha mais ninguém na minha frente. Suspirei
aliviado.
- Repetir isso te faz
sentir melhor? – Tommy estava sentado ao meu lado, extremamente perto, com sua
cara de tédio, ignorando completamente o quase infarto que tive naquele
momento.
- Você... Você... Morreu...
Ah, meu Deus... Você... – Eu gaguejava, ficando em pé e andando de um lado para
o outro, esperando que a qualquer momento eu olhasse para meu irmão e ele
sumisse. – Como é que você...? Por que...? Você é um fantasma?
- Luke, se acalme! Está
parecendo a mamãe quando descobriu que eu fumava. – Tommy se levantou e enfiou
as mãos nos bolsos, sorrindo para mim. – Sim, sou um fantasma. Estava do outro
lado assistindo você aqui e não agüentei você fazendo essa idiotice de estragar
o torneio. Por isso vim até aqui.
Senti meus olhos se
encherem de lágrimas e vi a expressão de meu irmão passar de um sorriso
fraterno para a surpresa, dando um passo para trás e apontando o indicador em
minha direção.
- Se você chorar outra vez
porque morri, juro que vou te dar uma surra. É, eu posso fazer isso, acredite.
– Logo voltou ao sorriso. – Irmãozinho, relaxe. Foque no torneio. Estarei aqui
com você o tempo todo. Vença por mim.
E ele ficou. A cada treino,
a cada jogo, Tommy estava ali, visível para mim e invisível para o resto do
mundo, sempre me aconselhando e apontando meus erros como fez durante toda a
vida. Ele parecia verdadeiramente feliz e isso me deixou feliz. Aos poucos fui
melhorando e avançando no torneio.
Dois meses depois do
acidente lá estava eu, nas finais do grande torneio com meu irmão morto me
incentivando a vencer.
- Parece abatido. Achei que
ficaria feliz de chegar até aqui. – Tommy conversava comigo no vestiário vazio.
- Estava só pensando que
nunca vamos saber qual de nós é o melhor. Quero dizer... – Minha voz começou a
ficar fraca e emotiva. – Nunca mais vou jogar contra você.
- Inventaram a palavra
Problema... – Ele começou.
- Para justificar a palavra
Superação. – Terminei, pegando minha mochila e seguido para a quadra.
Estava triste porém
concentrado. Ganhei o primeiro set com um pouco de esforço, afinal esta
era a decisão do torneio, não era um tenista qualquer que jogava contra mim.
- Mudança de quadra. –
Anunciou o juiz e ambos trocamos de lado na quadra. Tínhamos dois minutos de
intervalo.
Quando sentei no banco para
respirar vi Tommy do outro lado da quadra, onde tinha ficado o tempo todo.
Abaixei para ajustar a cadarço do tênis e quando olhei novamente ele não estava
mais ali. Procurei em volta, mas não havia sinal da presença de meu irmão. O
juiz nos chamou de volta ao jogo e entrei sentindo que meu irmão me abandonara.
- Saque, Morgan. – Ao sinal
do juiz a partida recomeçou.
Algo estava estranho. Todos
notaram. Os cochichos se espalharam pelas arquibancadas e as vozes dos
comentaristas vieram claras. Robert Morgan era canhoto, mas agora a raquete
estava em sua mão direita.
Morgan quicou a bolinha no
chão, jogou pra cima e acertou com a raquete em cheio. Podia jurar que a
bolinha viria para a minha direita, mas o saque em curva a jogou no meio da
linha de fundo.
- Ace! – Gritou o juiz
anunciando o ponto perfeito. Quando um tenista faz o saque e o adversário não
consegue reagir.
Os comentaristas logo
entraram em cena.
- Isso foi um saque em
curva, Evan? – Um dizia.
- Foi sim, Charlie. Uma
jogada realmente difícil que poucos conseguem fazer. O que mais chamou minha
atenção é a mudança de mão do Morgan.
Eu estava imóvel. Não
conseguia me mover. O saque em curva era um desafio grande para um tenista.
Poucos conseguiram. A maioria eram tenistas aposentados. Outros tantos jogavam em
duplas. Apenas um tenista dos individuais conseguia fazer isso.
- Tommy!
Enfim consegui compreender.
Meu irmão havia incorporado em Robert Morgan, ou algo assim, e agora eu estava
jogando contra Thomas Laynes. Não consegui evitar um sorriso ao vê-lo mostrar o
mesmo sorrisinho de canto que significava “Vou acabar com você”.
A partida começava a valer
a pena. O público aplaudia jogadas complexas, ficava em pé para gritar com
alegria a cada ponto sofrido. Os comentaristas já comparavam as novas jogadas
de Morgan com o estilo de Laynes e acreditavam que esta era apenas uma
homenagem ao falecido tenista. Ah, se eles soubessem...
Tommy ganhou o segundo e
terceiro sets. Ganhei o quarto set. O quinto estava disputado.
Até então já tínhamos cinco horas de jogo. Estava exausto para dizer o mínimo e
logo me peguei pensando se meu irmão morto podia sentir cansaço. Se não, este
jogo estava sendo roubado. Ri do pensamento.
- Deuce. – Anunciou o juiz.
Estávamos empatados no último ponto.
Tommy fez um ponto, o que
lhe deu a vantagem. Mais um ponto dele e era o fim do jogo. O ponto foi meu,
lhe tirando a vantagem e voltando a situação de Deuce. Assim se seguiu por
quase cinqüenta minutos. Um tinha a vantagem, o outro pontuava e voltava o
Deuce.
- Triplo Deuce! – Gritou o
juiz acompanhado dos aplausos do público.
Chegávamos a seis horas de
jogo e não agüentaria muitos minutos mais. Consegui a vantagem. Tommy quase
conseguiu o ponto, mas salvei a bola e devolvi de forma inesperada. Meu irmão
não alcançou a bola que bateu extremamente próxima da linha de fundo, ainda
dentro da quadra. Fim de jogo. A vitória era minha.
O publico gritou de
empolgação. O juiz anunciava minha vitória. Durante minha comemoração senti uma
dor aguda na perna esquerda. Minutos depois eu estava no chão, ainda gritando,
mas desta vez de dor.
Meu técnico correu até onde
eu estava, o grupo médico veio logo atrás. Todos falavam, mas só conseguia
ouvir meus próprios gritos. Algo frio tocou minha mão e consegui parar de
gritar.
- Luke! Luke, calma. Vai
dar tudo certo, irmão. Estou aqui. – Tommy estava ajoelhado ao meu lado,
invisível para todos. A dor era imensa e meus sentidos iam ficando cada vez
piores. Olhando para meu irmão, desmaiei.
O constante apito ritmado
atrapalhou meu sono. Abri os olhos para encarar um teto impecavelmente branco.
- Bom dia.
Virei o rosto para meu
irmão parado próximo a janela. Tentei sentar mas inúmeros fios e agulhas
estavam ligados a mim. Tommy logo se aproximou pedindo que eu ficasse quieto.
Olhei em volta no quarto de hospital. Minha mãe dormia no sofá do canto.
- Onde estamos?
- Paris. Você desmaiou
depois do jogo ontem à tarde. Mamãe e papai correram para cá imediatamente. –
Tommy olhou para nossa mãe. – Ela não sai daqui para nada.
- Eu ganhei de você. – Ri
baixo, ainda afetado pelos remédios.
- É, e vai ficar quatro
meses parado até recuperar esse joelho. – Meu irmão também ria. – Mas você
jogou muito bem, Luke. Para ser sincero, sempre achei que eu seria melhor.
Desculpe, não devia duvidar de você. É um grande tenista, Luke Laynes.
- Tive um bom professor. –
Sorri, lembrando de toda nossa infância, quando Tommy me ensinava o básico e
jogávamos juntos.
Meu sorriso logo sumiu. Meu
irmão observava nossa mãe e sorria, mas algo estava errado.
- Tommy, você está
transparente. – Falei surpreso.
- Ela reza minuto a minuto
para que Deus não te leve também. – Ele me ignorava.
- Tommy. – Chamei.
- Prometi que levaria ela e
papai para conhecer o mundo. Faça isso por mim, Luke.
- Tommy! – Gritei e enfim
ele me olhou.
- É minha hora, irmão. –
Ele sorria com tristeza. – Vim ajudá-lo com o torneio. Não quero que abandone
as quadras. E cumpri minha promessa de jogar contra você na final.
- Não vá... Tommy, fique
aqui, sempre. – Ele ria.
- Você cresceu. Não tenho
mais nada para lhe ensinar. – Tommy foi até nossa mãe e lhe deu um beijo na
testa, voltando para perto de mim e segurando minha mão. – Luke, prometa para
mim que não vai abandonar as quadras. Prometa que fará tudo o que puder para
ter uma vida ótima e que eu terei motivos para me orgulhar ainda mais de você.
- Eu prometo... – Minha voz
saiu difícil. Dessa vez Tommy não me criticou por chorar.
Meu irmão soltou minha mão
e caminhou até a janela abrindo as cortinas. O brilho do sol da manhã iluminou
todo o quarto e tive que cobrir os olhos por um instante.
- Nunca deixe de acreditar
que inventaram a palavra Problema para justificar a palavra Superação. – Tommy
estava ainda mais transparente diante da luz do sol. – Eu viverei para sempre,
Luke, na sua memória. Não podia ter tido um irmãozinho melhor. Adeus, Luke.
Quando meus olhos se
acostumaram com a claridade da manhã, Tommy já havia partido. Restava apenas a
cortina balançando de leve com a brisa da manhã.
Continuei minha carreira no
tênis por longos anos, até estar totalmente incapacitado para jogar e se
forçado a me aposentar. Meu pai já havia falecido pela idade, e minha mãe
estava bem idosa, mas pude cumprir a promessa de meu irmão de dar-lhes uma
viagem pelo mundo. Voltei a morar na casa de nossa família. Quando estava
revirando coisas velhas no sótão, encontrei um antigo caderno de anotações de
Tommy. Entre muitas coisas, estavam os planos de uma instituição que daria
espaço para jovens aprenderem de graça o esporte e todo o suporte para terem
uma ótima carreira. Nos cinco anos seguintes trabalhei no projeto de meu irmão.
- Declaro aberta a Academia
de Tênis Thomas Laynes, com sede em Londres. – Falava com elegância na abertura
do prédio.
Cortei a faixa de
inauguração e todos os presentes aplaudiram. Durante a bagunça e a empolgação
dos que estavam ali, um sussurro foi trazido pelo nada até meus ouvidos.
- Muito bem, irmãozinho.
~ FIM ~